A ideia mais comum (e mais perigosa) que ouço de criadoras em Portugal é esta: “O OnlyFans está cheio de mulheres a consumir, portanto eu vou vender um lifestyle ‘girly’ para elas.” A segunda, igualmente frequente: “Já vou tarde — está tudo saturado e só entra quem tem 20 e poucos.”
Sou o MaTitie, editor na Top10Fans, e hoje quero desmontar essas duas crenças com um modelo mental muito mais útil: no OnlyFans, o lado da oferta é maioritariamente feminino e o lado da procura é maioritariamente masculino. Isto não é um juízo moral; é um dado prático. E, quando o aceitas com calma, ele deixa de ser uma ansiedade difusa e passa a ser uma bússola.
O que estás mesmo a perguntar quando perguntas “que percentagem de utilizadores do OnlyFans são mulheres?”
A pergunta parece simples, mas há uma confusão escondida:
- “Utilizadores” pode significar contas no geral (quem navega, segue, cria, vê).
- Pode significar consumidores/pagantes (quem compra subscrições e PPV).
- Pode significar criadores (quem publica e monetiza).
E cada uma destas fatias tem uma “percentagem de mulheres” diferente. É por isso que encontras números que parecem contraditórios.
O dado mais acionável para ti, como criadora, costuma ser este: quem paga e o que procura. E aqui, os sinais são consistentes.
Então… que percentagem de utilizadores do OnlyFans são mulheres?
Com base em dados citados em “Insights from”, a composição apresentada é clara: quase 79% dos utilizadores são homens e, por contraste, cerca de 21% são mulheres. Em paralelo, do lado de quem cria, cerca de 70% dos criadores são mulheres. (Ver “TREND” em Leituras adicionais.)
Traduzindo para decisões do dia a dia:
- Se estás a pensar em quem vai comprar o teu conteúdo, assume que a tua base inicial mais provável é masculina (sem fechares portas a mais ninguém).
- Se estás a pensar em competição, lembra-te: sim, há muitas mulheres a criar — mas isso não significa que “já não haja espaço”. Significa que a diferenciação é a estratégia, não o desespero.
E há ainda um ponto que aparece num estudo citado em “Insights from”: “mais de 97% dos corpos expostos são de mulheres”. Este número não é sobre “utilizadores” no sentido de contas — é sobre o que aparece na montra e quem acaba mais frequentemente sexualizada na oferta. (Ver “Federação Mujeres Jóvenes” em Leituras adicionais.)
Independentemente da tua linha editorial (mais sensual, mais lifestyle, mais artístico, mais sugestivo), esta realidade explica duas coisas:
- porque é que muitas criadoras sentem pressão para “ir mais longe” do que querem;
- e porque é que trabalhar limites claros não é um detalhe — é parte do teu produto e da tua saúde.
O mito da “saturação”: quando o problema não é o número de criadoras, mas a falta de ângulo
O que te pode estar a corroer por dentro não é “estar tarde”. É esta sensação: “já há milhares a fazer isto; o que é que eu ainda tenho para oferecer?”
O teu trunfo não é inventar uma persona do zero. É organizar o que já és de forma legível para o mercado.
Pelo que descreves (lifestyle ao sol, energia alternativa, sensualidade com estética, disciplina de quem já ensinou e guiou pessoas, e uma calma resiliente), tens um posicionamento natural que muita gente não consegue copiar: sensualidade sem pressa, com luz, com ritmo e com narrativa.
Em vez de “mais do mesmo”, pensa em uma promessa simples:
- “Conteúdo solarengo, íntimo sem ser agressivo, com uma vibe musical/alternativa.”
- “Uma experiência de presença: calma, sensual, consistente.”
Isto é ouro para um público que está cansado de estímulo extremo e quer continuidade.
Um modelo mental melhor: oferta feminina + procura masculina = o teu conteúdo tem de ser (1) claro, (2) seguro, (3) vendável
Quando a procura é maioritariamente masculina, há três riscos para uma criadora:
Achar que tem de agradar a “todos os homens”
Não tens. Tens de agradar a um segmento específico. O teu trabalho é escolher quem.Confundir “mais explícito” com “mais rentável”
Nem sempre. Muitas contas crescem com: consistência, conversa, estética, e limites. O que vende é a coerência.Deixar a autoimagem cair porque comparas bastidores com montras
Foi referido em “Insights from” um alerta importante: quando alguém se vê pior, pode entrar num ciclo de autoimagem deteriorada e arrependimento (“um dia vou sentir-me muito mal com isto”). Isto é real. E é evitável com estrutura.
Vamos à parte prática.
O que estes números mudam na tua estratégia (sem te mudarem a ti)
1) Define “para quem” em 2 linhas (e cola isso no topo das tuas notas)
Experimenta este formato:
- Para quem: homens (e curiosos) que gostam de lifestyle solar, estética alternativa, sensualidade sugestiva e uma presença madura e confiante.
- Pelo quê: porque entregas “calor + calma + consistência”, com uma narrativa que parece real, não fabricada.
Repara: isto não exclui mulheres ou outros públicos. Só impede que tu cries no vazio.
2) Ajusta o funil à realidade: muitos seguem, poucos pagam
Um dado citado em “Insights from” diz que há mais de 305 milhões de contas de fãs, mas só cerca de 4% paga regularmente. Isto é um choque quando estamos a começar, porque o cérebro faz a conta errada: “se eu tiver muitos seguidores, fico bem.”
O modelo correto é:
- muita gente entra por curiosidade;
- uma pequena parte paga;
- uma parte ainda menor fica.
Portanto, o teu objetivo inicial não é “viral”. É conversão e retenção.
Checklist curta (sem complicar):
- Bio e capa dizem claramente o teu tema?
- Tens 3 conteúdos fixos que mostram o teu “tom” (não o teu extremo)?
- Há uma rotina previsível (mesmo que pequena)?
3) Preço: começa simples, mas com auto-respeito
Com uma procura maioritariamente masculina, é fácil cair em “baixo preço para compensar”. Só que baixo preço atrai, muitas vezes, o tipo de público que mais dá trabalho e menos respeita limites.
Em vez disso:
- escolhe um preço que te permita publicar com calma e não por pânico;
- usa PPV para conteúdo mais específico (se fizer sentido para ti);
- define limites por escrito (até em notas internas) para não negociares contigo própria em dias difíceis.
4) Mensagens: separa “atenção” de “intenção”
Com uma base de consumidores maioritariamente masculina, vais receber:
- curiosos,
- negociadores,
- e alguns que testam limites.
A tua paz depende de um sistema de respostas, não de força de vontade.
Sugestão prática (curta e eficaz):
- Cria 6 respostas rápidas: boas-vindas, limites, upsell suave, “não faço isso”, “obrigada pelo pedido”, e “para pedidos personalizados, funciona assim”.
- Define um tempo do dia para responder. Fora disso, silêncio. Disciplina > disponibilidade.
5) Conteúdo: “sol + story + sensual” bate “só sensual”
A tua vantagem (e a de muitas criadoras que têm vida real com casa, rotinas e adolescentes a precisar de ti) é que não podes viver em modo performance 24/7. E isso pode ser uma marca.
Um plano realista e sustentável pode ser:
- 3 posts por semana no feed (lifestyle + estética + sugestão);
- 1 “momento de bastidores” (sem mostrar a tua vida privada em demasia);
- 1 sessão de mensagens com energia, não com obrigação.
A consistência vence a intensidade.
A parte delicada: autoimagem, limites e o “eu do futuro”
Em “Insights from” aparece uma preocupação que eu levo muito a sério: quando a autoimagem piora, pode vir o arrependimento. Não tens de dramatizar, mas também não deves ignorar.
Aqui vão três princípios que protegem o teu “eu do futuro”:
Regra da manhã seguinte
Antes de publicares algo novo, pergunta: “Amanhã de manhã, com a cabeça fria, eu ainda quero isto online?” Se a resposta for “não sei”, é “não”.Escada de intimidade (e não elevador)
Não subas 10 degraus numa semana só porque um subscritor paga. Decide a tua escada: o que é “feed”, o que é “PPV”, o que é “nunca”.A estética é um limite
Quando defines uma linguagem visual (luz, ângulos, roupa, cenários), estás a dizer ao teu público: “é aqui que eu jogo.” Isso reduz pedidos desalinhados e protege-te sem teres de explicar tudo.
“Mas se a maioria dos criadores são mulheres, como é que eu me destaco?”
Diferenciação não é gritar mais alto. É ser mais clara.
Três eixos fáceis de aplicar ao teu caso:
Eixo A — “Vibe” (o que a pessoa sente)
- Solarengo, quente, íntimo, alternativo, sem pressa.
Eixo B — “Tema” (o que a pessoa recebe)
- Lifestyle ao sol, corpos em movimento, estética música/cena, sensualidade sugerida.
- Podes até recuperar a tua história de disciplina e corpo (sem ficares presa ao passado): consistência, técnica, presença.
Eixo C — “Ritual” (porque é que ela volta)
- Uma série semanal (“Domingos ao sol”, “Noites de vinil”, “Afterglow de treino”, etc.).
- Um formato repetível que facilita criar mesmo em semanas cheias.
O público não se apaixona por “mais conteúdo”. Apaixona-se por um mundo.
Contexto de plataforma: o que a liderança diz sobre estratégia (e porque te interessa)
Uma peça de 21/12/2025 refere a CEO Keily Blair a explicar a abordagem de contratação e execução: equipa com seniores muito experientes e juniores com atitude, focando aptidão e postura. (Zee News)
Isto, para ti, não é fofoca corporativa. É um sinal de maturidade operacional: plataformas deste tamanho tendem a otimizar processos, regras e enforcement. Ou seja:
- não construas a tua conta em “zonas cinzentas”;
- pensa em longevidade (conteúdo e compliance);
- cria um pequeno “manual do teu canal” (limites, rotinas, formatos).
Quanto mais previsível tu és por dentro, mais leve fica a criação por fora.
Perguntas que eu faria no teu lugar (e as respostas que te poupam meses)
“Se só ~21% dos utilizadores são mulheres, vale a pena fazer conteúdo para mulheres?”
Vale, se fizer sentido para ti — mas com uma nuance: em vez de assumires “mulheres” como bloco, pensa em micro-comunidades (estilo, estética, lifestyle). Muitas pessoas seguem por afinidade visual, não por género.
“Tenho medo de ser ‘demasiado tarde’. Como é que eu começo sem me partir?”
Começa pequeno e com calendário real:
- 30 dias a validar consistência e resposta do público;
- 60 dias a ajustar preço/formatos;
- 90 dias a otimizar conversão (mensagens, pacotes, séries).
O teu objetivo não é “ganhar já”. É ganhar de forma repetível.
“E se eu mudar de ideias sobre o que publico?”
Então a tua estratégia está a funcionar, porque estás a aprender. Só não uses o teu feed como laboratório caótico. Testa com regras:
- 1 variável de cada vez (tipo de post, hora, série, chamada para ação).
- Mantém o resto estável por 2 semanas.
Um plano de ação em 7 dias (sem ruído, sem pressa)
Dia 1: escreve o teu “para quem / pelo quê” em 2 linhas.
Dia 2: escolhe 3 pilares de conteúdo (ex.: sol, música, corpo/rotina).
Dia 3: define limites e a tua “escada de intimidade”.
Dia 4: prepara 6 respostas rápidas para DM.
Dia 5: cria 10 ideias de posts repetíveis (séries).
Dia 6: revê preço com base na tua energia semanal (não no pânico).
Dia 7: publica 1 peça que represente bem o teu mundo e mede reações.
Se quiseres acelerar sem te espalhares, podes sempre “join the Top10Fans global marketing network” — mas só quando já tiveres estes básicos alinhados. Crescimento sem estrutura é só stress com decoração.
Conclusão: a “percentagem de mulheres” não serve para te assustar — serve para te orientar
A pergunta “que percentagem de utilizadores do OnlyFans são mulheres?” é útil quando te ajuda a fazer escolhas:
- Se a maioria dos consumidores tende a ser masculina, tu ganhas ao ser clara no posicionamento e firme nos limites.
- Se a maioria dos criadores é feminina, tu ganhas ao construir um mundo próprio, com séries e consistência, em vez de tentares competir em intensidade.
- Se há riscos reais de autoimagem e arrependimento, tu ganhas ao subir degrau a degrau, com regras para protegeres o teu “eu de amanhã”.
Não estás tarde. Estás na fase em que a estratégia certa transforma ansiedade em rotina — e rotina em liberdade.
📚 Leituras para aprofundar (em pt-PT)
Se quiseres comparar fontes e detalhes, aqui ficam três leituras úteis para contextualizar números e tendências.
🔸 70% dos criadores são mulheres; 79% dos utilizadores são homens
🗞️ Fonte: TREND – 📅 2025-12-22
🔗 Ler o artigo
🔸 Estudo: mais de 97% dos corpos expostos são de mulheres
🗞️ Fonte: Federação Mujeres Jóvenes – 📅 2025-12-22
🔗 Ler o artigo
🔸 CEO Keily Blair explica a estratégia por trás da receita
🗞️ Fonte: Zee News – 📅 2025-12-21
🔗 Ler o artigo
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